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Como os seres humanos lembram informações para lidar com doenças? 

Por Joécio Sousa *

 

Você já deve ter se deparado com uma situação de risco ou elevado estresse em que foi necessário utilizar alguma habilidade quase que instintivamente. Se sim, deve ter se perguntado como você possuía esse conhecimento já que foi a primeira vez que experimentou tal situação.  Talvez isso já esteja programado na sua mente!
 

Evidências científicas apontam que nós seres humanos evoluímos ao longo de nossa história enfrentando importantes situações de sobrevivência, tanto individualmente quanto coletivamente, e através destas experiências fomos desenvolvendo uma “memória adaptativa” que nos permitiu ter uma performance diferencial no enfrentamento e resolução de situações de risco; sejam elas na fuga de um perigo eminente (predador), no deslocamento de uma região para outra ou na busca por parceiros sexuais. 

O entendimento de como essa memória opera em nós é imprescindível para a compreensão do funcionamento da mente humana, sendo esta última uma entidade formada por processos e experiências da nossa evolução biológica e cultural, portanto um componente biocultural.  

Como sugerem os estudos, a memória adaptativa é equipada com habilidades recordativas de informações cruciais. Por exemplo, a mente humana faz uso de uma capacidade de lembrar de situações, dados ou informações para a manutenção da saúde, seja evitando e/ou prevenindo doenças. 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

Partindo deste pressuposto um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE desenvolveu uma pesquisa sobre a capacidade do ser humano em acessar tais memórias levando em consideração a dualidade entre a associação de plantas medicinais e o tratamento de doenças. Os autores hipotetizaram que as pessoas lembrariam e relembrariam do maior número de plantas quanto mais severa fosse a gravidade da doença a eles apresentadas. 


Logo, os autores perceberam que os participantes da pesquisa recordavam em maior número plantas que eram associadas ao tratamento de doenças mais comuns e menos severas. Evidenciando que a severidade da doença não explicava a recordação da associação planta-doença. Ademais, acredita-se que as experiências passadas recentes com enfermidades influenciam a maneira como as pessoas  lembram e lidam com doenças. 

 

Abaixo você encontra o link da página em que o artigo foi publicado.

             2019  

Adaptive memory and evolution of the human naturalistic mind: Insights from the use of medicinal plants. PloS One

Risoneide Henriques da Silva, Washington Soares Ferreira Júnior,

Patrícia Muniz de Medeiros, Ulysses Paulino Albuquerque

https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0214300

*Joécio Sousa possui graduação em Gestão Ambiental pelo Instituto Federal do Piauí (2013). Mestre em Biodiversidade e Conservação na Universidade Federal Rural de Pernambuco - Unidade de Serra Talhada (UFRPE/UAST). Possui experiência com estudos ambientais, licenciamento ambiental, gerenciamento de resíduos sólidos, Planos de Saneamento Básico, com ferramenta de Sistema de Informação Geográfica, na elaboração de mapas de localização, modelagem de uso e cobertura da terra, índices de vegetação (NDVI). Foi estagiário na Superintendência de Meio Ambiente da Águas e Esgotos do Piauí-SA, AGESPISA. 

Lattes: http://lattes.cnpq.br/1617178819319314

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