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Como aprendemos sobre plantas medicinais?

Por Lucrécia Braz dos Santos*

 

 

 

 

 

 

 

      Você já se perguntou o quanto aprendeu com as pessoas de sua família? Com seus pais, avós, tias/tios, Primos? Certamente aprendeu muita coisa no decorrer da vida e com certeza você usa esses conhecimentos no seu dia a dia. Por exemplo, tem algumas plantas medicinais que você aprendeu com eles; conhece ainda aquela planta cuja folha serve para dor de barriga, e por aí vai. 


   Um estudo desenvolvido por um grupo de pesquisadores, buscou entender se o conhecimento a respeito das plantas medicinais era semelhante entre indivíduos do mesmo grupo familiar quando comparado aos indivíduos de outras famílias. Esse estudo foi realizado na comunidade Sucruiuzinho, município de Barreiras-BA. Os moradores dessa comunidade são envolvidos principalmente com a agricultura familiar e o uso de plantas medicinais no tratamento de enfermidades é muito comum entre eles. 


   E de fato foi constatado que os indivíduos do mesmo grupo familiar possuíam conhecimento mais semelhante do que indivíduos sem parentesco familiar. Essa semelhança no conhecimento, provavelmente deva-se ao fato de que pessoas da mesma família compartilham entre si mais informações a respeito das plantas medicinais. Mas apesar desses indivíduos apresentarem um conhecimento semelhante, apenas um pequeno grupo de plantas eram conhecidas por todos; havia muitas plantas que poucas pessoas conheciam. 

 

       Daí surge a seguinte dúvida: “já que os indivíduos de um grupo familiar convivem juntos, por que nem todos conhecem as mesmas plantas medicinais?” Isso provavelmente deva-se ao fato de que nossa memória tem capacidade limitada de armazenar informações, e apenas aquilo que realmente for importante, é que vamos conseguir guardar na memória.  Visto que cada indivíduo passa por diferentes experiências em relação às doenças, e, assim, armazena na memória a informação de maior importância em face da experiência vivida.  Por isso mesmo em uma comunidade onde há um grande fluxo de informações, apenas um pequeno grupo de plantas é conhecido por todos; mesmo essas pessoas obtendo o conhecimento das mesmas “fontes”. 

 

Abaixo você encontra o link da página em que o artigo foi publicado.

          2019  

The role of kinship in knowledge about medicinal plants: evidence for context-dependent model-based biases in cultural transmission?. Acta Botanica Brasilica

Camilla de Carvalho de Brito, Washington Soares Ferreira-Júnior, Ulysses Paulino Albuquerque, Marcelo Alves Ramos, Taline Cristina da Silva, Eraldo Medeiros Costa-Neto, Patrícia Muniz de Medeiros 

https://www.scielo.br/pdf/abb/v33n2/0102-3306-abb-0102-33062018abb0340.pdf

*Lucrécia Braz dos Santos é graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual do Piauí-UESPI. Atualmente é Bolsista de Cooperação Técnica (BCT) no Laboratório de Ecologia e Evolução de Sistemas Socioecológicos (LEA) do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia-Etnobiologia, Bioprospecção e Conservação da Natureza da UFPE, responsável pela parte de Divulgação Científica. 

Lattes: lattes.cnpq.br/3817142117520941

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